José Antônio Kroeff Lutzenberger
Filho de imigrantes alemães, formou-se como agrônomo especializado em adubos, e por muitos anos trabalhou para companhias do setor, a maior parte do tempo para a Basf, viajando a serviço para vários países como um técnico e executivo da empresa. No fim dos anos 1960 começou a se desiludir com as políticas agrícolas danosas para o meio ambiente, e em 1970 deixou seu emprego para dedicar-se à causa da ecologia.
Em 1971, junto com um grupo de simpatizantes de Porto Alegre, fundou a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), a primeira associação ecológica do Brasil, e à sua testa ganharia projeção local, nacional e internacional em inúmeras campanhas ecológicas, conseguindo importantes conquistas em uma época em que o ambientalismo ainda era coisa desconhecida pela maioria. De fato, conseguiu chamar grande atenção para o tema com sua personalidade enérgica e combativa e seu sólido preparo intelectual e científico. Sua liderança do movimento no Brasil se consolidou em 1976, quando lançou o livro Manifesto Ecológico Brasileiro: O Fim do Futuro?, sua obra mais conhecida. Publicou muitos outros textos e palestrou pelos quatro cantos do mundo, sensibilizando grandes e influentes audiências, e ao mesmo tempo despertando a fúria de outros setores da sociedade, sendo chamado, ao mesmo tempo, de gênio pioneiro e de louco fanático.
Em 1987 se desligou da Agapan e criou a Fundação Gaia, dedicada à promoção de um modelo de vida sustentável, presidindo-a até sua morte. Continuava envolvido em inúmeros outros projetos locais e em outras regiões, conduzindo também uma empresa de reciclagem de resíduos industriais. Em 1990 foi convidado pelo presidente Fernando Collor de Melo para assumir a pasta do Meio