Jornalista
A criança com autismo
O assunto é permeado por indefinições, mas atualmente é possível informar-se sobre a síndrome com qualidade e desmistificar rótulos
Quando se fala em autismo, que imagem vem à sua cabeça? Alguém se balançando em um canto e repetindo palavras ininteligíveis? Pois acredite: a síndrome é muito mais complexa do que isso.
O autismo infantil foi descrito inicialmente pelo psiquiatra Leo Kanner, em 1943. Autistas eram crianças que apresentavam prejuízos nas áreas da comunicação, comportamento e interação social.
Um ano depois, o médico Hans Asperger denominou uma síndrome para crianças semelhantes, mas que, aparentemente, eram mais inteligentes e sem atraso significativo no desenvolvimento da linguagem.
Com maior conhecimento à condição, surgiram outras denominações. Atualmente, utiliza-se o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.
As mais recentes estatísticas indicam a prevalência de 1 autista para cada 160 pessoas, número muito superior aos das décadas anteriores, provavelmente porque o reconhecimento da síndrome hoje é maior.
Segundo o Projeto Autismo, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, estima-se que, em 2007, havia cerca de 1 milhão de casos de autismo no Brasil.
Atualmente, o número mais aceito é a de 2 milhões de casos, ou seja, 1% da população brasileira. No mundo, a Organização das Nações Unidas estima que tenhamos cerca de 70 milhões de autistas.
Afinal, o que é o autismo?
O autismo é uma síndrome. Não tem causa definida e possui múltiplos sinais. Acredita-se que tem bases genéticas e ambientais combinadas, além de uma possível deficiência em nível neuronal. Um dado relevante: o autismo afeta quatro vezes mais os meninos.
Os autistas repetem comportamentos típicos: atraso na fala, a não retribuição do olhar e a falta