Jornalismo
Não é raro abrirmos os jornais todos os dias e nos depararmos com alguma notícia sobre assassinato, violência ou catástrofe. São acontecimentos os quais despertam atenção, rompem com o conceito de “normalidade” e conseguem se inserir no mundo das notícias como se não relatassem a vida em si, mas sim os momentos que fogem do padrão social estabelecido entre os sujeitos da sociedade (TRAQUINA, 2005, p. 96). É a quebra do feitiço da realidade, o fato que está fora das expectativas dos indivíduos sociais.
No entanto, esses temas ainda são mais problemáticos quando relacionado às culturas e singularidade de determinados grupos sociais, já que existe o risco iminente de a imprensa, por meio do jornalista, produtor direto e mediador entre a sociedade e o meio de comunicação, reproduzir e afirmar estereótipos preconceituosos presentes na sociedade, que, segundo Felipe Pena (2008), estão fadados a atingir as coberturas jornalísticas.
Para tanto, utilizaremos a Teoria da Representação Social, que surgiu no ano de 1961, na França, como um ramo da Psicologia Social, e tenta explicar como os atores sociais se organizam para “dar sentido ao mundo, entendê-lo e para nele encontrar o seu lugar, através de uma identidade social” (JOVCHELOVITCH, 2003, p. 63). A intenção é tentar compreender como os seres humanos estão inseridos dentro das próprias representações sociais e explicar, a partir da teoria, como os conteúdos jornalísticos constroem, destroem e influenciam a realidade e o comportamento do indivíduo enquanto sujeito social.
Vamos tentar compreender também a origem das religiões afro-brasileiras. O objetivo é tentar explicar que a história de marginalidade e exclusão as matrizes africanas, fruto de uma época de escravidão, favorece a reprodução de estereótipos e preconceitos, os quais são explicados também pela Teoria da Representação Social.