Jorge luis borges e o martín fierro
Gustavo Javier FIGLIOLO[1]
Resumo: O presente trabalho objetiva estabelecer uma análise da obra “El ‘Martín Fierro’”, de Jorge Luis Borges, fazendo um comentário crítico do que o escritor afirma acerca da poesia gauchesca, José Hernández (autor de “Martín Fierro”), a obra em si, a crítica da obra e seu julgamento final. O pequeno livrinho do escritor argentino, primeiramente publicado em 1953, tenta justificar, como ele próprio o afirma, a existência da literatura argentina, no contexto da época, a qual inclui pelo menos uma obra: “Martín Fierro”. Esta, por sua vez, encontra-se inserida dentro do gênero da literatura gauchesca, cuja poesia, em opinião de Borges, é um dos acontecimentos mais singulares de toda a história da literatura. A análise que Borges faz do poema épico de José Hernández constitui um icônico momento de reflexão dentro de toda a recepção crítica que se tem feito da obra. Nosso propósito é o de analisar essa crítica e estabelecer comparações com outros críticos literários como Ángel Rama, Josefina Ludmer, Beatriz Sarlo, Jorge Rivera, Leopoldo Lugones e Nora Domínguez. Para tal, nos apoiaremos na vasta bibliografia existente sobre a literatura gauchesca.
Palavras-chave: Jorge Luis Borges. Martín Fierro. Literatura Gauchesca. Critica Literária.
O escritor argentino Jorge Luis Borges deixou, dentro de sua vasta produção literária, um lugar certamente destacado para uma das obras mais representativas da literatura argentina: o “Martín Fierro”. E não poderia, talvez, ter sido diferente, uma vez que a obra vem ocupando o imaginário político, social, cultural e literário (artístico), praticamente desde que foi escrita. A própria biografia de Borges se enrevesa com a história do livro; seu autor, José Hernández, era federal, facção política da Argentina da época que aspirava a uma república de Estados Federados, e cujo chefe máximo era Juan Manuel de Rosas[2], e a família de Borges