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3246 palavras 13 páginas
O LIBERALISMO POLÍTICO DE JOHN LOCKE1
Francy José Ferreira Vilela 2

Introdução

John Locke foi um importante filósofo britânico, nascido no século XVII, que trouxe grandes contribuições para o pensamento da época, tanto em filosofia política quanto em epistemologia. Pertencente a uma família burguesa, formou-se em medicina em Oxford e foi médico e mentor do lorde Shaftesbury, o líder dos Whigs (partido que representava os liberais no Parlamento). Locke viveu em uma Inglaterra permeada por guerras civis, revoluções políticas e execuções de reis, isto é, marcada pelo conflito entre a Coroa, defensora do absolutismo, e o Parlamento, defensor do liberalismo. Assim, se Thomas Hobbes é o teórico que justifica o absolutismo (prescindindo de recursos bíblicos e adâmicos), John Locke é o teórico pai do liberalismo político.
Com efeito, Locke recebeu grande influência política do líder dos Whigs e, entre 1689 e 1690, após a Revolução Gloriosa, publicou Dois tratados sobre o governo civil, a sua obra basilar em filosofia política, com a qual fundamenta e justifica o liberalismo. Seu pensamento influenciou profundamente seu tempo, principalmente o Iluminismo e a Revolução Francesa; e é sentido até os dias atuais, nos quais se vive o neoliberalismo. Ora, além de ser o fundador do liberalismo, também é considerado o fundador do empirismo moderno no que diz respeito à teoria do conhecimento, pois combateu com astúcia a teoria das ideias inatas, defendida principalmente por Descartes e Leibniz, criando assim a teoria da tabula rasa, demonstrando que a fonte de toda e qualquer ideia é a experiência sensível.
É partindo de sua fundamental importância no pensamento político e de sua importância para compreender a política nos nossos dias, que o presente trabalho objetiva estudar como o liberalismo pensado por Locke “é uma justificativa ex post facto da
Revolução Gloriosa” (MELLO, 2000, p. 82) e defensor dos interesses da burguesia. Para tanto, é

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