John Locke, Dois Tratados Sobre o Governo - Resumo do capítulo 5
John Locke começa o capítulo fazendo referências à frases bíblicas, como por exemplo citando a frase “deu a terra aos filhos dos homens, deu-a para a humanidade em comum”, com o objetivo de, posteriormente, explicar como alguém pode legitimamente se apropriar de algum objeto. Para ele essa frase deixa claro que tudo que a terra espontaneamente produz e mantêm naturalmente é de propriedade da humanidade por estar em seu estado natural, mas que quando o homem exerce influência sobre esse objeto (item, local, alimento...) isso se torna inegavelmente de posse da pessoa que realizou tal influência. Isso é explicado, em meio a vários motivos, pelo fato de que o valor de tal item é de maior parte advindo do esforço humano e que 90% dos produtos da terra úteis para a vida humana são frutos do trabalho. Se analisarmos a diferença de valor entre um terreno vazio e um terreno cultivado por vários tipos de cereais percebemos que quase todo o valor desde lote estará atrelado à força de trabalho exercida sobre a terra. Tudo isso evidencia que, embora as coisas da natureza sejam dadas em comum, o homem, sendo senhor de si mesmo e proprietário de sua própria pessoa e das ações de seu trabalho, tem ainda em si a justificação principal da propriedade; e aquilo que compôs a maior parte do que ele aplicou para o sustento ou o conforto de sua existência, à medida que as invenções e as artes aperfeiçoaram as condições de vida, era absolutamente sua propriedade, não pertencendo em comum aos outros.