Jogos coletivos
O aparecimento, desde os 6 anos de idade, de jogos coletivos e organizados, mostra que a colaboração se tornou possível, apesar de ser ainda imperfeita, com freqüentes conflitos e disputas.
O desejo de ser rnais que os companheiros e a necessidade de auto-afirmação levam a criança a transgredir egocentricamente as regras estabelecidas, as quais, entretanto, ela faz questão sejam acatadas pelos camaradas. Cada vez que isso acontece, surgem alterações e contestações, às quais a criança reagirá com uma saída amuada: "Assim não brinco rnais!"
Aquele que assim se exclui do brinquedo parece esperar interromper com isso a atividade do grupo, querendo mostrar aos outros quanto ele próprio é necessário. Porém, fazendo isso, vê-se também frustrado de maneira intolerável, porque tem igual necessidade dos outros. Assim, na maioria das vezes, não demora em retomar o lugar, embora se submetendo rigorosamente à decisão dos colegas. A regra do jogo torna-se, pois, a única forma que permite a afirmação individual e a conservação do grupo.
A importância do grupo
O grupo é primordial na vida da criança, pois é somente no grupo que ela pode fazer a experiência da reciprocidade e da solidariedade, tão essenciais a seu crescimento mental e a seu equilíbrio emocional futuro.
Através das inevitáveis desavenças é que ela aprende a afirmar e a defender seus direitos; e se começa a fazê-lo pelo amuo, pelo insulto e pela pancada, logo o fará pela discussão.
Nem tudo, porém, é teimosia e rivalidade no grupo; há também o necessário auxílio mútuo, as trocas materiais, "dá cá, toma lá", a vontade de compreender o outro sem deixar de fazer-se compreender. No grupo, a criança é alternadamente cumprimentada ou censurada pelos outros; é o herói de tal aventura ou o responsável por tal malogro coletivo.
Jardim de Infância Campos Salles, Rio - GB
A crítica dos outros leva a criança continuamente à autocrítica. Assim, ganha consciência de seu valor e,