Jogo do Bicho em Nilópolis

Jogo do Bicho e Escolas de Samba: Um presente que remonta o passado.
O Jogo do Bicho foi, e continua sendo uma prática muito comum no Brasil. Criado em 1892 pelo Barão João Batista Viana Drummond, dono do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro. Colocado na ilegalidade desde de 1946, é considerado jogo de azar, uma contravenção penal (Infração de menor poder ofensivo, Lei N° 9.099/95).
Apesar de ser ilegal, a prática do Jogo do Bicho se viu a serviço do estado, como ferramenta de controle de comunidades onde a liderança do jogo do bicho, os banqueiro do Jogo do Bicho ou os "bicheiros", detiam algum tipo de poder ou influência. É nesse aspecto que Escola de Samba e bicheiros se encontram.
A relação da escola de samba com os bicheiros se dá desde o ínicio daquelas, onde a presença desses era frequente, por gosto ou pela localização dentro da comunidade.
Desde o ínicio da primeira passagem de Getúlio Vargas pela presidencia, o samba foi abraçado como representação autêntica da música nacional e as escolas consideradas focos de cidadania. Esse discurso populista deu uma importância política a Escola de Samba, que antes de Vargas possuia uma estrutura pouco organizada.
Durante a redemocrátização pós-Estado Novo, houve uma tentativa de aproximação dos partidos com as Escolas de Samba, pelo seu potêncial eleitoral, isso ocorreu como a influência do PCB sobre a união das União das Escolas de Samba (UGES). Quando o governo Dutra coloca o PCB na ilegalidade há uma grande dissidência no mundo do samba, havendo em 1949, dois desfiles, um oficial e outro extra oficial. A reunificação só se deu em 1952, sob a associação das escolas de samba.
Desde o ínicio as escolas de samba foram uma ferramenta de "caça a clientela", sendo alvo de interesse político, de controle social e eleitoral, dando as escolas (bicheiros) poder de barganha com o poder público.
Mais que política, a mudança foi estrutural. A escola de samba que antes representava uma classe social, agora perde esse caráter e