jogada de gênio
O processo judicial movido pelo engenheiro e professor universitário de Detroit contra a Ford pelo roubo de um invento de sua autoria nos anos 60 é relatado no filme “Jogada de Gênio”, dirigido por Marc Abraham, revelando a mentira, a chantagem e o suborno por parte do monopólio americano, e a determinação do homem que não sossegou enquanto não colocou os ladrões no banco dos réus
SÉRGIO CRUZ
O filme “Flash of Genius”, traduzido no Brasil como “Jogada de Gênio”, é um relato fascinante do processo judicial movido por Robert Kearns, engenheiro e professor universitário de Detroit, contra a Ford Motor Company pelo roubo de um invento de sua autoria que propiciou ao cartel da indústria automobilística ampliar ainda mais os seus lucros. Dirigido por Marc Abraham, o filme, que não por acaso teve pouca repercussão na mídia colonizada, é um retrato do submundo de crimes e corrupção no qual vagueia a decadente indústria automobilística norte-americana.
Por trás do verniz da propalada “capacidade tecnológica”, o que o filme revela é que os jurássicos monopólios americanos sustentam seus ganhos à base do roubo, da mentira, da chantagem e do suborno. O azar da Ford é que nesta briga com Robert Kearns ela topou com um cidadão com características muito particulares. Kearns demonstrou uma determinação incomum e não se deteve diante de nenhum obstáculo - e foram muitos - que a empresa colocou em seu caminho. Robert Kearns enfrentou uma pedreira mas não sossegou - mesmo nos momentos em que perdeu o apoio de parte da família, dos sócios e dos amigos - enquanto não colocou os ladrões no banco dos réus.
Nas horas vagas entre as aulas, o professor Bob Kearns (Greg Kinnear) era inventor e manifestava um grande orgulho por essa condição. No julgamento contra a Ford, ele fez questão de destacar um distintivo usado por ele com a seguinte inscrição: “Inventor”. Numa de suas pesquisas realizadas em meados da década de 60,