joao paulo
Cientistas descobrem causa do sumiço de abelhas
Não é aquecimento global nem Wi-Fi: combinação de pesticidas e fungicidas está contaminando o pólen coletado pelas abelhas
Você já deve ter ouvido falar sobre o sumiço das abelhas. Não é lenda ou teoria da conspiração: nos últimos seis anos nos EUA, mais de 10 milhões de colmeias foram dizimadas, causando um prejuízo de mais de US$ 2 milhões e danos incalculáveis ao ecossistema.
Além disso, a população norte-americana de Apis mellifera, a abelha europeia, bem comum no Brasil, é fundamental para a polinização das produções agrícolas e portanto é responsável por boa parte da comida que chega às nossas mesas.
Nos últimos anos, enquanto cientistas tentavam descobrir as causas da CCD (a sigla em inglês para o fenômeno, que é conhecido como Desordem de Colapso de Colônias), a internet nos brindou com citações falsas sobre o tema (uma, creditada a Einstein, diz "quando as abelhas desaparecerem da face da Terra, o homem terá apenas mais quatro anos de sobrevida") e com hipóteses mirabolantes para a tragédia ambiental, como que os sinais de Wi-Fi e de celular estariam confundindo o inseto.
Um novo estudo, no entanto, aponta que o que tem dizimado abelhas nos EUA é algo bem familiar ao nosso cotidiano e que é muito mais difícil de ser combatido. Realizado por cientistas da Universidade de Maryland e pelo Departamento de Agricultura dos EUA, ele identificou que uma combinação de pesticidas e fungicidas está contaminando o pólen coletado pelas abelhas para alimentar as colmeias.
Os pesquisadores descobriram que abelhas contaminadas com essa mistura se tornam muito mais vulneráveis a uma infecção por um parasita chamado Nosema ceranae, que é um dos maiores responsáveis por CCDs identificadas em outros momentos da história. O pólen analisado no estudo, coletado de colmeias na costa oeste dos EUA, estava contaminado com uma média de nove pesticidas e fungicidas, embora em um caso, os cientistas tenham