Joana dark
Ultimamente voltou-se a falar novamente sobre Joana d'Arc. Que bom! Uma figura tão importante deve, realmente, ser conhecida e amada por todas as pessoas. No entanto, alguns filmes ou peças teatrais fazem uma leitura da vida de Joana de uma forma, eu diria, estranha.
Em alguns ela aparece como uma menina enlouquecida que tem visões estranhas; ou vingativa, que luta apenas para saciar sua sede de justiça; ou como uma rebelde sem causa, uma moça irada, que sabe muito bem o que quer e passa por cima de tudo e de todos para atingir seus objetivos - fazem até trocadilhos com seu nome, em vez de d'Arc, ou seja da cidade de Arc, escrevem dark, que, em inglês, significa escuridão.
Interpretam-na também como uma revolucionária feminista, precursora do movimento pela liberação feminina, como alguém que vai contra tudo o que se esperava da mulher da Idade Média. Vale lembrar que se ela foi contra o que se esperava da mulher, não teve esse objetivo; mas sua missão era comandar o exército do rei e para lutar precisava vestir-se como homem.
Para outros, Joana não passa de uma figura histórica, que viveu no século XV, durante a última fase da guerra dos cem anos, e devolveu a França aos franceses, levando o rei Carlos de Valois à sagração.
Na verdade, quem foi Joana d'Arc? É difícil dizer com palavras quem foi, aliás quem é, Joana d'Arc. Uma menina que nasceu na França, na aldeia de Domrémy, no dia seis de janeiro de 1412, e que sempre visitava a igreja do lugarejo. Tinha uma vida normal, ajudava aos pais e irmãos nos afazeres de casa, brincava com as outras crianças... Um dia, tendo 13 anos, escuta a voz de São Miguel Arcanjo, anunciando-lhe que em breve as Santas Catarina de Alexandria e Margarida de Antioquia virão dizer-lhe o que deve fazer. Essa voz não era fruto da imaginação ou do delírio de uma menina esquizofrênica; mas uma locução interior de alguém que rezava, que era amiga de Deus.
A camponesa é transformada em guerreira
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