Jacira
Lógico que vários estudiosos já estudaram esse assunto, vemos no capítulo 5 da obra de Émile Benveniste 'Problemas de Linguística Geral I' onde esse assunto é abordado. Benveniste nos expõe, nesse capítulo, que Karl von Frisch foi o responsável por estabelecer soluções à essas questões. Em suas pesquisas ele analisa o processo de comunicação entre as abelhas: a abelha-obreira, depois de encontrar uma fonte de alimento e saciar-se, volta à colmeia e passa a informação às outras abelhas da colmeia, por meio de danças. São duas danças: uma circular, em que ela traça círculos horizontais da direita para a esquerda e vice-versa, e uma em forma de oito, em que a abelha, por meio de uma vibração do abdômen, segue em linha reta, faz uma volta completa à esquerda, segue em linha reta novamente e recomeça uma volta completa para a direita, e assim sucessivamente.
Depois de presenciarem essas danças, as outras abelhas seguem em direção ao local em que a primeira abelha se saciou, e depois de saciar-se também, retornam à mesma colmeia e retransmitem a mesma informação, com as mesmas danças, gerando outra partida de abelhas.
Karl percebeu então que essas duas danças eram verdadeiras mensagens que anunciavam a descoberta de alimento para a colmeia: o odor da obreira permite a descoberta da natureza do alimento e as danças permitem a descoberta do local em que ele se encontra.
A dança circular indica que a fonte de alimento deve ser procurado à pequena distância. A dança em forma de oito, indica que a fonte está situada a uma distância superior. A mensagem comporta duas indicações: a distância e a direção que as abelhas devem tomar para encontrar o alimento. A distância está indicada no