Itamar Franco
A administração do presidente Itamar Franco iniciou-se, como várias outras antes na história do Brasil, de modo inesperado. Mais uma vez um vice-presidente era alçado ao posto máximo da nação, tendo por meta completar o mandato do titular, Fernando Collor de Mello, presidente eleito para o período, mas que renunciara para impedir a cassação de seus direitos políticos. Assim, de 1992 a 1994 cabe ao vice de Collor lidar com os graves problemas nacionais que este prometera resolver, em especial o da hiperinflação e a da estagnação do PIB, estacionado nos mesmos patamares do início da década de 80.
O governo de Itamar Franco irá se notabilizar por dois importantes acontecimentos, um na área política, e outro na área econômica. Em relação à área política, coube a Itamar cumprir o dispositivo constitucional que previa a realização de um duplo plebiscito, tratando primeiramente do regime a ser instituído no Brasil, ou seja, a manutenção do regime republicano ou a restauração da monarquia em território nacional; o segundo ponto do plebiscito versava sobre a forma com que este governo deveria se organizar, se sob forma presidencialista ou parlamentarista. Tal consulta ocorreu em abril de 1993, confirmando o sistema que vinha sendo adotado, e que ainda o é, de república presidencialista.
Destaca-se ainda na área política a realização da chamada "CPI do orçamento", que como indica o nome, procurou investigar denúncias de corrupção relacionadas a irregularidades no orçamento da União. As investigações revelaram o esquema dos chamados "anões do orçamento", assim chamados devido às baixas estaturas dos envolvidos no esquema de corrupção, todos parlamentares, ministros e ex-ministros, além de governadores estaduais.
Mas, o fato pelo qual talvez seja mais lembrado o período de Itamar Franco no poder é o de elaboração do Plano Real, tendo o auxílio do então senador Fernando Henrique Cardoso, recém empossado como ministro da Fazenda