Ismael nery

Ismael Nery, uma vida breve, mas, intensa. Foi poeta, pensador, filósofo, arquiteto e desenhista. Nunca se delimitou em uma linha de atuação. Mário Pedrosa (1900-1981), crítico de arte e amigo de Nery, lembra que ele “nunca quis ser artista profissional”. Considerava a pintura uma atividade secundária.
Nasceu em Belém do Pará em 1900. Devido à morte de seu pai (Dr. Ismael Nery) prematuramente, se muda para o Rio de Janeiro junto com sua mãe (D. Marieta Macieira) e seu irmão (João Nery)¹. Sua mãe foi uma senhora enigmática, inteligente e descontrolada. Infernizou a vida do filho que dizia: “Ela me construiu e me destruiu”.
Matricula-se em 1917, na Escola Nacional de Belas Artes e em 1920 viaja para Paris onde estuda na Académie Julien, em seguida passa a estudar os clássicos nos museus; entrou em contato com pintores, dentre alguns: Chagal, Picasso, Ernest, Léger.
Casou-se com Adalgisa Nery em 1922 e tiveram dois filhos.
Possuía uma inteligência admirável, um homem de pensamento e espírito brilhante. Mário Pedrosa,o chamou de “Príncipe do Espírito”. Criou uma teoria filosófica denominada Essencialismo, baseado; segundo o amigo Murilo Mendes, na abstração do tempo e do espaço, esse poeta mineiro acreditava sendo católico que Ismael era “iluminado pelo próprio Espírito Santo”, de tão alta era sua sabedoria. À sua volta, reuniam-se muitos intelectuais cariocas, fascinados pela sua inteligência e domínio dos mais variados assuntos: política, economia, arquitetura, anatomia, matemática, moda, música, teatro, cinema, pintura, filosofia. Ismael e sua esposa Adalgisa costumavam receber intelectuais que se destacavam naquele Rio e Janeiro dos anos20 e 30: Mário Pedrosa, Antônio Bento, Jorge Burlamaqui, Guignard, Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Murilo Mendes e outros.
Ismael começou a produzir num tempo em que a preocupação por uma temática nacionalista empolgava os artistas da época, mas ele nunca se preocupou com essa busca de uma pintura brasileira. Considerava que