Isabella de Matos
Como temos visto nas aulas anteriores, a partir da relação do organismo com o meio sócio-ambiental e cultural os processos básicos psicológicos se desenvolvem de uma maneira biopsicossocial, ou seja, se desenvolvem a partir das relações sócio-ambientais, do desenvolvimento biológico, e das formas psicossociais de interação entre esses elementos. Nesse processo de interação é que o indivíduo se constitui como Sujeito, Personalidade, Pessoa. E é nesse sentido que podemos falar em processos básicos de Psicologia. Quando motivos individuais os mais variados como fome, sede, e sexo, encontram estímulos vindos do meio ambiente, organizados pelo conjunto sensação-percepção, e armazenados pela memória, a experiência gerada pela interação do indivíduo com o ambiente pode constituir referências para essa interação. Referências comportamentais, existenciais, pessoais, mentais, psicossociais, e simbólicas para essa interação.
O indivíduo não nasce com uma programação genética para essa interação. A maior parte do que ele faz, ele aprende a partir da sua experiência. O aprendizado nos dá mais flexibilidade, e, por conseguinte, nos dá adaptabilidade, ou seja, a capacidade de aprender formas de interação com nosso corpo e com o ambiente que nos ajuda a lidar com circunstâncias mutáveis tanto em um como em outro. O que é aprendido, por sua vez, é passível de ser ensinado, e também é passível de ser transformado por um novo aprendizado. Então, a aprendizagem pode ser definida como uma mudança relativamente permanente de interação sócio-comportamental devida à experiência, ou como uma mudança pessoal-mental-psicossocial-existencial-simbólica relativamente permanente devida à experiência. Nesse sentido, podemos falar de aprendizagens que envolvem as sensações, a memória, a percepção, mas também podemos falar da influência da aprendizagem para um direcionamento específico da interação do indivíduo com o meio (motivação), e da