IPSS
Estamos perante crise económica conhecida, com revelação de consequências de dimensão extraordinária. Sabe-se também que a crise económica e financeira decorre de crise de valores. Valores de ética que têm sido postergados, manipulados e ignorados ou negligenciados ou, sabe-se lá que outras motivações, por entidades financeiras e entidades reguladoras.
É nos momentos e circunstâncias de crise que se revelam os acertos necessários. Para que surjam esses acertos, é necessário enfrentar a adversidade, não cruzar os braços, introduzir mudanças por vezes penosas, repor os valores éticos e exigir o seu respeito por todos os actores.
As IPSS´s têm hoje um papel importantíssimo em Portugal. Desenvolvem atribuições de
acção
social
relevantes
em
programas
e
projectos
desconcentrados, em nome do Estado ou em cooperação com os serviços públicos. É fácil demonstrar a importância deste sector perante as estatísticas que estão disponíveis, mas ainda mais fácil será fazer o exercício virtual de fazer de conta que, de um momento para o outro, desaparecem as IPSS´s. O que fica? O caos, evidentemente. Importa, pois, que o Estado eleja este universo de
instituições
como
imprescindível
para
combater
a
crise,
minimizando a angústia das famílias.
As situações de alarme social tornam-se mais visíveis e as nossas instituições são procuradas como centros de recursos para as resolver. Os recursos, já escassos em épocas mais favoráveis, tornam-se inexistentes no aumento da procura dos apoios. O Estado enfrenta a crise com grande concentração de recursos no sistema financeiro e políticas de apoio, quanto a nós mitigado, na área social. A maior parte das nossas IPSS´s convivem com os limites da sustentabilidade. A maior parte mantém as suas expectativas no reforço financeiro do Estado. Evidentemente que todos os recursos do Estado são escassos e admitimos que não lhe será possível