invisibilidade do profissional de limpeza
Entendemos aqui, invisibilidade de acordo com o conceito de invisibilidade social citado por Celeguim e Roesler (2009) em seu artigo “A invisibilidade social no âmbito do trabalho”. No qual “Invisibilidade social [...]se relaciona à forma como são vistos os trabalhadores de profissões desprovidas de status, glamour, reconhecimento social e adequada remuneração.” E se nos permitem, tomamos a liberdade de acrescentar a este conceito que, mais do que estar relacionado a forma como são vistos estes trabalhadores, a invisibilidade relaciona-se a forma como estes não são vistos e nem lembrados até que a sujeira nos incomode.
Já dizia Carlos Drummond de Andrade:
“[...]Tome cuidado,lixeiro camarada, e pegue a pá,me remova depressa este monturoque ofende a minha vista e o meu olfato.Você já pensou que descalabro,que injustiça ao nosso status ipanêmico, lebloniano, sanconrádico, barramárico,se as calçadas da Vieira Souto e outras conspícuasvias de alto coturno continuaremrepletas de pacotes, latões e sacos plásticos(estes, embora azuis), anunciandouma outra e feia festa: a da decomposiçãomor das coisas do nosso tempo [...]” Conversa com o lixeiro.
As metodologias utilizadas para a produção deste trabalho, ao qual pretendemos dar continuidade, foram o trabalho de campo (observações) e pesquisa de conteúdo midiático sobre o tema.
Os resultados obtidos nos levam a crer que muito da pratica destes profissionais e da forma como são vistos, ou não, tem suas origens na época da escravidão.
As formas como estes profissionais se comportam, suas condições de trabalho, e até suas características físicas, na maioria das observações demonstraram-se heranças do modo de trabalhar dos escravos.
O filme “Histórias Cruzadas”