Introdução de culturas
Chamada diversamente de etnociência, análise componencial ou antropologia cognitivaessa escola de pensamento afirma que á cultura é composta de estruturas psicológicas por meio das quais os indivíduos ou grupos de indivíduos guiam seu comportamento. "A cultura de uma sociedade", para citar Goodenough, desta vez numa passagem que se tornou o locus classicus de todo o movimento, "consiste no que quer que seja que alguém tem seu saber ou acreditar a fim de agir de uma forma aceita pelos seus membros." Deixando de lado, por um momento, nossas piscadelas e carneiros, se tomamos, por exemplo, um quarteto de Beethoven, uma amostra de cultura, muito especial, mas suficientemente ilustrativa para estes propósitos, acreditam que ninguém o identificaria com os seus arranjos musicais, com a habilidade e o conhecimento necessario para tocá-lo, com a compreensão dele que têm seus instrumentistas ou ouvintes. Talvez a expressão "ninguém" aqui utilizada seja demasiado forte, pois sempre há os incorrigíveis. O fato de um quarteto de Beethoven ser uma estrutura tonal desenvolvida temporalmente, uma sequência coerente de sons modulados e não o conhecimento ou a crença de qualquer pessoa em algo, inclusive como executá-la, é uma proposição com a qual, após refletir, concordará a maioria das pessoas. Pára tocar violino é necessário possuir certos hábitos, habilidades, conhecimento e talento, estar com disposição de tocar e ter um violino, mas tocar violino não é nem o hábito, a habilidade, o conhecimento e assim por diante, nem a disposição ou (a noção que os crentes na "cultura material" aparentemente seguem) o próprio violino. A cultura é pública porque o significado o é. O ataque generalizado às teorias de significado constitui, desde Husserl, chegando a Wittgenstein, parte tão integrante do pensamento moderno que não é necessário desenvolvê-lo aqui mais uma vez. Situar-nos, um negócio