Introduçao a propaganda

INTRODUÇÃO À PROPAGANDA

Platão, na Grécia ditou as regras da imitação e da mimese.
Ex : a cama, a idéia era a essência, o dentro. Ao construir a cama, o artesão se afasta da pureza da cama, da idéia, se torna um imitador. Agora imagine um homem que pode produzir tudo (artes, cozinha, camas, um deus ), para ele basta passar um espelho sobre os objetos para “produzi-los”. O pintor (artista) é este ser, ele possui esta característica (poieîn), ele produz, torna presente uma coisa depois outra e depois outra. Quem possui o Poieîn não fabrica em si só, produz a aparência. Para Platão só a idéia da cama é o real, o artesão produz um análogo, um utensílio, ele obscurece a idéia original.

Assim, a pintura, mais distante ainda, é a mimese, mais afastada da idéia, reproduzindo o reproduzido. O pintor não produz algo para o bem comum dos homens. Platão sempre criticou por serem móveis ou imóveis demais, produzem a aparência como um todo, mas fixam-se num só ponto de vista, numa só perspectiva e, no entanto esta ilusão exerce um fascínio (o trompe-l’oeil).

O que é a propaganda? Não é se fixar num só ponto de vista?

Ex : a própria cama feita por uma loja de móveis, será um utensílio com a utilidade de dormir e nada mais. Paralelamente vem o design, para adaptá-la melhor ao ambiente. A propaganda vem no final, como os ilusionistas de Platão, privilegiando apenas um ângulo do produto, possivelmente o conforto, mas pode, e geralmente o traz, um valor agregado, o comportamento, com imagens de uma família feliz sobre a cama, uma cama estética e esterilizada, como se a cama trouxesse felicidade. Aqui, Platão, assim como o fez com as artes, criticaria profundamente a propaganda, pois além de iludir, estaria tentando desesperadamente nos convencer que esta ilusão é indispensável para nós, para a nossa existência

Há outro ângulo que também deve e pode ser ligado à propaganda e à arte moderna: Platão também afirma que o artista pode realizar um ícone