Introducao as Ciencias Humanas

Sabemos o quanto o espírito científico tende a tentar explicar tudo por um conhecimento racional e objetivo. Sua meta é ser capaz de planificar e prever fenômenos e comportamentos. Isso se torna inquietante quando se fala das Ciências Humanas, pois o homem, que é o próprio sujeito do conhecimento, passa a ser considerado objeto, não apenas de estudo cientifico, mas de intervenção manipulatória. As Ciências Humanas representam um desafio teórico e prático para o homem; teórico, quanto à sua proximidade ao objeto estudado, e prático, quanto às suas possibilidades reais de transformar a sociedade.
Por outro lado, hoje em dia nos deparamos com uma Ciência fundamentalmente operatória. Essa Ciência vem, não para “resolver o enigma do universo”, mas para “tornar-nos mestres e possuidores da natureza”. É nesse contexto que gostaríamos de situar as Ciências Humanas; assim como acederam à era da positividade, também depois ingressaram na era praxeológica. Na positividade, havia uma hierarquia, uma distinção formal entre conhecimento e agir. O agir segundo as determinações do conhecimento humano. A era da representação começa no estabelecimento do agir humano no nível do agir, tendo por base a experiência humana.
Instaura-se, portanto, no início da Era da Positividade, uma linha de pensamento científico diferente; o homem não busca mais entender ou compreender fenômenos, mas sim, transformar e manipular a natureza e toda a sua condição de existência. Com a entrada em cena da Ciência do Homem, o ser humano e sua conduta passa a ser considerado um dado positivo suscetível de ser estudado e manipulado. O homem se vê forçado a mudar seu ponto de vista (em prol de estudar a ele mesmo); adquire então um pensamento praxeológico: o conhecimento a serviço da ação.
A ordem praxeológica é a ordem do olhar científico sobre o comportamento humano; o homem é objetivado como ator efetivo do seu agir. Também se apresenta como estratégias de ação; graças aos dados positivos e estudos sobre