Intervenção urbana água espraiada

INTERVENÇÃO URBANA ÁGUA ESPRAIADA

Há50 anos, o córrego “Águas Espraiadas”, de águas ainda limpas, que nasce no Jabaquara e se estende até o rio Pinheiros, era margeado por chácaras e pequenas casas. Seu entorno sofreu grandes transformações.
Em 1964, o prefeito Prestes Maia, sancionou a lei para a construção de anéis viários, contornando a capital paulista,ligando as marginais dos rio Pinheiros e Tietê. Um desses anéis passaria por uma avenida criada nas margens alagadiças do córrego Águas Espraiadas. Porém,essa avenida nunca foi construída, e as terras da região, desapropriadas para isso, então “sem dono”, atraíram famílias pobres e imigrantes de outros lugares, dando origem ao maior complexo de favelas da cidade de São Paulo.
De acordo com dados oficiais e acadêmicos, formaram-se, nessa região,por volta de 68 núcleos de favelas, com cerca de 80 mil pessoas.
O local, hoje com o córrego canalizado, de terceiro maior polo de favelas da cidade de São Paulo, transformou-se em uma das mais valorizadas áreas da capital, chegando a valer de 8,5 a 11 mil reais o metro quadrado.
Atualmente, 30 mil famílias já foram removidas do local, e se prevêa retirada de mais 10 mil nos próximos anos.
Uma das únicas resistênciasde comunidade, o Jardim Edite, que ocupava toda a região da av. Roberto Marinho (antiga Av. Águas Espraiadas), Luis Carlos Berrini, ChucriZaidan, até a moderna Ponte Estaiada, simboliza a vitória popular no processo de elitização dessa região: atualmente, o conjunto habitacional abriga 268 famílias, que lutaram por anos, contra a pressão do mercado imobiliário, incêndios etc. Muitas famílias dessa e de outras comunidades, foram marginalizadas, por causa da implantação do Complexo Urbano Águas Espraiadas ou pelas obras do Metrô. Muitos receberam uma mísera remuneração e foram para mananciais do Sul da capital, alguns aceitaram ir para Cidade Tiradentes (CDHU), para casas feitas às pressas, numa região sem asfalto, creche, posto de saúde, enfim,