intervenção humana na cultura
Toda vez que a evolução da espécie humana é trazida a discussão, os marcos utilizados para sua definição são evocados prioritariamente por questões técnicas — pelos artefatos —, que parecem distantes das humanas. Recorre-se sempre a expressões como a 'era da pedra', a 'era do bronze', a 'era do ferro', a 'revolução industrial', a 'era do computador'. A existência deste paradigma se apresenta clara. Ele não nasceu por uma questão de modismo temporário e sim por uma questão inerente ao desenvolvimento cultural do ser humano. Esta interpretação, de associar progresso humano linearmente ao desenvolvimento técnico, configura-se em algo bastante complexo porque direciona a forma como a evolução da civilização é abordada na sociedade e na escola. Por este motivo, a sua remoção pura e simples de nossos métodos educacionais se reveste de extrema dificuldade. Querer incutir de pronto que desenvolvimento técnico não significa necessariamente desenvolvimento humano, entre os cidadãos, principalmente dentro de uma escola de engenharia, que foi criada sob esta lógica, não parece ser a tática mais indicada. É necessário que se procure avaliar, em tais escolas e na sociedade, o que realmente significa avanço e evolução humana.
Foi com muita tenacidade que grupos dominantes, sempre apoiados em uma ideologia tecnocrática12, sentiram a necessidade de impregnar na sociedade contemporânea tal comportamento. Mesmo com evidências contrárias do desenvolvimento humano e social ao longo da história, a cultura que domina a sociedade continua atribuindo às questões científicas e tecnológicas a razão maior da felicidade humana.
No Ocidente, o afã do homem moderno por construir máquinas e todo e qualquer artefato na busca de conquistar a natureza lhe facultou a possibilidade de elaborar uma tese discutível hoje, mas que sempre pareceu absolutamente incontestável desde a revolução científica. Ela procura evidenciar que a construção e a utilização de ferramentas