Interven O ES
Nos últimos tempos a infiltração do crime organizado no Estado do Espírito Santo assumiu contornos assustadores. Um levantamento das Nações Unidas demonstrou que o Estado estava entre os três com maiores taxas de assassinatos. No ano 2000 foram registrados 46,7 homicídios por grupos de 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 27 assassinatos por grupos de
100 mil habitantes.
Nesse contexto, a intervenção federal é definida como uma das saídas mais eficazes para o restabelecimento da ordem pública e a proteção dos direitos humanos.
O advogado Joaquim Marcelo Denadai, antes de ser assassinado com quatro tiros, descobriu que a Scuderie Le Coq, que era registrada como sendo uma “ instituição benemérita e filantrópica, sem fins lucrativos, com o objetivo de servir à comunidade", era na realidade um grupo paramilitar que comandava o crime no Estado, e atuava como esquadrão da morte, promovendo homicídios, bem como participava do narcotráfico, controlando jogos ilícitos e protegendo criminosos.
Conforme informações extraídas do jornal "Correio Brasiliense", do dia 05 de junho de 2002, a
Scuderie Le Coq, foi criada em 1964, no período da ditadura militar brasileira e chegou a ter mais de três mil associados no início dos anos 90, com filiais no Brasil e na America latina. O aparato sofisticado da Organização incluía serviços de inteligência, estação própria de radio e uma revista.
Em seu quadro de associados faziam parte: policiais, advogados, juízes, políticos, empresários, funcionários públicos e banqueiros do jogo do bicho.
A CPI do Narcotráfico, que funcionou de 1999 a 2001 concluiu que havia relações entre o crime organizado no Espírito Santo com cartéis internacionais de traficantes e sugeriu o indiciamento de 28 pessoas no Estado.
O Espírito Santo difere dos outros Estados porque enquanto no Rio e em São Paulo o crime organizado criou áreas em que atua como Estado paralelo, no Espírito Santo ele ocupou o