Interpretação Hino Nacional

O poema Pneumotórax, de Manuel Bandeira, se filia à tradição modernista, sendo um exemplo bastante interessante desta estética. Este breve ensaio procura demonstrar algumas das características de tal estética presentes no poema, explicitando-as e as contextualizando a partir da leitura.
Em primeiro lugar, deve-se dizer que período chamado de Modernismo se estende ao longo de várias décadas do século XX. Sendo assim, recorremos aqui à classificação de Alfredo Bosi, em sua História Concisa da Literatura Brasileira, de uma primeira fase, chama Fase Heróica (que tem seu principal momento entre 1922 e 1930), à qual Manuel Bandeira se filia mais intensamente. A característica dessa primeira fase do período modernista é uma ruptura com os estilos tradicionais praticados até então, em especial com o formalismo parnasiano. Assim, no poema Pneumotórax de Manuel Bandeira podemos notar que não há padronização dos versos; o modernismo não compreendia a metrificação da mesma forma que os poetas anteriores, e desejava romper com a formalização da linguagem, com o “lirismo comedido”. Estão ainda incorporadas à poesia de Bandeira concepções dessa primeira fase como: a fusão prosa/poesia, versos brancos (sem rimas), versos livres (sem métrica), nova utilização de sinais gráficos (linha pontilhada para indicar a respiração, por exemplo), o diálogo, o humor negro e a linguagem coloquial.
Pneumotórax é um poema composto de versos livres (sem métrica) e brancos (sem rimas), o que o filia diretamente à estética modernista. Tal constatação é possível a partir da escansão dos versos: percebe-se que não há regularidade métrica, e que o número de sílabas poéticas é quase sempre diferente.
O escritor inicia o poema Pneumotórax descrevendo sintomas de tuberculose em uma época que a doença não tinha cura: febre, expectoração de sangue através da tosse (hemoptise), dificuldade para respirar (dispnéia), suores noturnos e muita tosse. O escritor incorpora em sua poética elementos do seu dia a