“Interesses e desinteresses cinematográficos pelas revoluções (francesa, russa e americana)”
Introdução
O texto a seguir tem como objetivo analisar a maneira pela qual a produção cinematográfica, até a década de 50 do século XX, tratou o tema das Revoluções. Os centros produtores analisados são os Estados Unidos, a União Soviética e a França, correspondendo às três revoluções analisadas (americana, russa e francesa). Apesar do período abordado pelo curso (até a Comuna de Paris) não abranger todas as revoluções incluídas (a Russa, por exemplo, em 1917), elas se encontram analisadas para poder complementar e até mesmo melhor compreender o mecanismo dos interesses envolvidos na produção de uma obra com “sentido histórico”. A preocupação desse trabalho não é a de realizar um exercício aprofundado em questões históricas ou de técnicas cinematográficas, e sim estabelecer uma visão geral da maneira pela qual um meio de comunicação (considerado “revolucionário” por muitos) retrata um tema de vital importância para a compreensão da formação das sociedades atuais, assim como abre a possibilidade para um rápido comentário sobre a funcionalidade dos chamados “filmes históricos”, principalmente no tratamento de temas contemporâneos. O corte temporal é justificado pelos acontecimentos ocorridos em diversas partes do mundo a partir da década de 50 que culminariam na considerada “revolução cultural”, que vai abrir diversas novas possibilidades dentro do próprio cinema através de diversos novos movimentos cinematográficos. Analisar o tema das revoluções dentro desse período exigiria uma demanda de filmes maior e uma bibliografia muito mais vasta. Uma visão geral das produções cinematográficas até a metade do século XX nos Estados Unidos, França e Rússia em relação ao tema das Revoluções se mostrou possível e interessante, considerando a proximidade temporal (por vezes, física) dos objetos analisados por esses cinemas e o acontecimento de eventos paralelos e/ou