INSTRUÇÕES
Nesse artigo formado por aforismos, Ramos-de-Oliveira (1997) efetiva uma reconstrução histórico-filosófica acerca das transformações ocorridas nos sistemas de ensino nacional principalmente a partir do Golpe de 1964. Isso sucede a partir da análise de textos da Teoria Crítica, que traz à baila temas como esclarecimento, (semi)formação, experiência e memória. Isso se dá com o amparo de Immanuel Kant, Florestan Fernandes e Otávio Ianni, que oferecem subsídios históricos e sociológicos para essa reconstrução multidisciplinar que é amarrada pelo pensar filosófico. No primeiro aforismo,denominado “Onde foi que erramos ?”, Ramos-de-Oliveira lucubra sobre as tensões psicossociais que se estabelecem entre as gerações, na medida que as “velhas” gerações se veem cada vez mais atônitas e frustradas diante das mudanças de valores e posturas que que vivenciam os jovens. Por sua vez, esses “adultos engolfados na vida danificada” (Adorno apud RO), a despeito de estarem mais conformados ao Status Quo, ainda vivenciam “as tensões, os impulsos,as angústias,as pulsões, os desencantos” (p.13).Remetendo-se a Freud, o autor afirma que “na susperfície da existência humana – Freud já o demonstrou, sabemos – há tensões insuplantáveis. São o preço caro da civilização” (p.13). Contudo, no contexto em questão, isso se dá sob a égide da desigualdade social,dos destinos marcadamente diversos que envolvem o ser enquanto conjunto, na medida em que por meio dessa desigualdade constituem uma classe. Por suposto,esse processo acontece também no âmbito no âmbito individual. E assim,
Nesse embate, nesse corredor polonês, crescem e amadurecem os jovens; tentam agarra-se às posições obtidas. E envelhecem os adultos. “Tudo que é sólido dissolve-se no ar”, dizia Marx e repetia um intérprete, Berman. E os adultos,