Institucionalização e Legitimização

Resenha sobre Institucionalização e Legitimação
Fonte: “A construção social da realidade”, de Berger e Luckmann.
Toda ação humana repetida com frequência está sujeita à habituação. Com a repetição, a ação acaba se transforma num padrão que pode ser reproduzido no futuro com economia de esforço, dando a direção e a especialização da atividade humana. Ela pode corresponder a atividades sociais ou não sociais. As várias ações transformadas em hábitos têm os seus significados integrados ao acervo de conhecimento do indivíduo, de onde ele as buscará sempre que for necessário. Com este armazenamento de rotinas há um ganho psicológico devido à limitação das opções quando surge a necessidade de decisão. Com isso, o indivíduo fica livre do peso de múltiplas decisões, provenientes de impulsos instintivos, o que gera alívio psicológico. A habituação liberta energia para decisões e ações inovadoras, e, armazenando o significado das ações tornadas hábitos no acervo de conhecimento, torna desnecessário que cada situação seja definida de novo, fazendo com que a atividade a ser executada possa ser antecipada. É possível também atribuir pesos-padrão às alternativas da conduta.
O processo de formação do hábito precede a institucionalização da atividade humana. Ela ocorre sempre que há uma tipificação recíproca de ações habituais entre certos tipos de atores sociais. As instituições assim criadas ficam disponíveis para todos os membros do grupo social, sendo que cada uma delas possui seus atores típicos e suas ações típicas.
As instituições possuem uma história partilhada a partir da qual são produzidas. Não surgem instantaneamente, e só são bem compreendidas quando se leva em conta este processo histórico. Elas também controlam a conduta humana quando estabelecem padrões de conduta predefinidos, exercendo um controle social considerado primário. As sanções às condutas humanas impostas pelo aglomerado de instituições que chamamos de sociedade são denominadas de sistema de