inovações
Refinarias flex podem ajudar biocombustíveis, mas ainda são caras
Com informações da Agência FAPESP - 13/01/2014
A utilização do parque de refino brasileiro para processar simultaneamente matérias-primas de origem fóssil e biomassa - transformando as unidades em "refinarias flex" - poderia promover uma transição suave para uma economia de baixo carbono e, ao mesmo tempo, ajudar a suprir a demanda energética crescente do Brasil.
A proposta foi defendida pela professora Ofélia de Queiroz Fernandes Araújo, que coordena o Laboratório de Hidrorrefino, Engenharia de Processos e Termodinâmica Aplicada (H2CIN) da UFRJ ao lado de seu colega José Luiz de Medeiros.
Para a pesquisadora, o conceito da "refinaria flex" está sendo introduzido com simulação das etapas híbridas, como o processo de gaseificação de biomassa.
"O petróleo é um líquido com milhões de moléculas diferentes que são fracionadas e convertidas em refinarias para dar origem à gasolina, ao diesel e uma série de outro derivados. Nada se joga fora em uma refinaria, pois foram desenvolvidos processos para tratar até mesmo os resíduos mais pesados e recalcitrantes ('fundo de barril'). Portanto, lá também há condições de tratar outra matéria-prima não convencional, que é a biomassa", avaliou Ofélia.
Os resíduos da agroindústria seriam a matéria-prima ideal para abastecer as refinarias híbridas, na avaliação de Ofélia, por serem abundantes no país e não competirem com a produção de alimentos.
Gás de síntese
Por meio de um processo químico conhecido como gaseificação, seria possível transformar esse material em "gás de síntese" - uma mistura de gases empregada em diversas reações de síntese de produtos da indústria química.
Essa mistura é composta principalmente de hidrogênio e monóxido de carbono e pode ser queimada diretamente para gerar energia e vapor (cogeração) ou servir de matéria-prima para obtenção de metanol, ureia, amônia (fertilizante) e olefinas (usadas na fabricação de alguns