Inovação e tradição
Paradigmas da educação atual
Marília Gomes Ribeiro Francisco Universidade Federal de Santa Catarina DLLV/MEN
Scholae sunt humanitatis officinae efficiendo nimirum, ut hómines vére hómines fiant. [1] Comérius
Há muito se fala em inovar os métodos de educação, em combater o tradicionalismo que a ninguém mais convence, mas como inovar? O que é inovar? Como inovar e ao mesmo tempo oferecer aos alunos da Educação Básica conteúdos necessários para o enfrentamento dos concursos para as escolas técnicas, para os concursos de bolsas de estudos, e, até mesmo, para os concursos públicos? Seriam esses conhecimentos realmente necessários aos alunos?
Perguntas assim, os professores, ao menos os que honram esse título, devem diariamente fazer para si próprios, para os colegas e para os especialistas, quando não aos livros e revistas especializadas na didática. E poucas respostas devem obter, ao menos no sentido prático das questões.
Este trabalho não pretende resolver as mais difíceis questões da educação, tampouco, solucionar os embates inovação x tradição, mas pretende oferecer uma reflexão acerca da prática de ensino de Língua Portuguesa, disciplina muitas vezes condenada a poder trabalhar qualquer coisa, condenada a ser maçante ou, muitas vezes para quem cai no processo de trabalhar a inovação sem preparo, em algo extremante subjetivo e sem fundamentos.
O que é mesmo a disciplina de Língua Portuguesa e por que ela consta no currículo obrigatório? Segundo Soares (2002), a disciplina Língua Portuguesa tornou-se disciplina de ensino obrigatório apenas no fim do século XIX devido à própria importância que a língua portuguesa foi ganhando (mesmo por imposição) desde a efetiva colonização do território brasileiro até o momento em que se foi criada uma disciplina curricular que dela tratasse especificamente. Uma vez que a língua portuguesa foi se