Inovação tecnologica
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) solicitou uma revisão da literatura brasileira sobre inovação e desenvolvimento a partir da década de 1990, com o objetivo de “sistematizar o pensamento gerado no Brasil a respeito das características e determinantes do desempenho das empresas atuantes no país em matéria de P&D, geração de tecnologias e inovação em processos e produtos”.
Finalmente, cabe advertir que, conforme os termos de referência do estudo, este é duplamente focado: disciplinarmente, na literatura econômica, e, historicamente, no período a partir da década de 1990.
Estudos sobre o desenvolvimento tecnológico no Brasil foram frequentes durante a década de 1970, conforme mostra uma revisão feita há 30 anos (ERBER, 1979). Após um período de relativo ocaso, voltaram a proliferar no passado recente.
As correntes que mais influenciaram a literatura nacional, os problemas enfrentados pela economia brasileira a partir do início dos anos 1990, as políticas destinadas a lidar com alguns desses problemas, notadamente a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior de 2003 e a disponibilidade de novos dados sobre a inovação no Brasil a partir das pesquisas sobre inovação tecnológica feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)/Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec).
Olhando a literatura de uma perspectiva histórica, dimensão singularmente ausente nos estudos recentes sobre inovação, é recorrente a constatação de que, no Brasil, investe-se pouco em P&D.
As comparações internacionais confirmam, com riqueza de detalhes, este padrão, que pouco se modifica ao longo do tempo. o investimento em inovação integra o portfólio de investimentos das empresas, as baixas taxas de crescimento e investimento que prevaleceram ao longo do período explicam, ao menos em parte, pelo lado das empresas, tal padrão de gastos em inovação e a busca reduzida de