Inocência, Visconde de Taunay
Foco Narrativo
Foco narrativo em terceira pessoa (o narrador não participa ativamente dos fatos relatados) sendo o narrador onisciente (é o tipo que conhece toda a história, até mesmo os pensamentos dos personagens)
“Se, de um lado, criava involuntária admiração por Meyer e, rodeando-o, em sua imaginação, do prestigio de uma beleza irresistível, via aumentar o seu receio em abrigar tão perigoso sedutor; do outro, sentia as mãos presas pelas obrigações imperiosas da hospitalidade, a qual, com a recomendação expressa de seu irmão mais velho, assumia caráter quase sagrado. Juntem-se a isto os preconceitos sobre o recato doméstico, a responsabilidade de vedar o santuário da família aos olhos de todos, o amor extremoso à filha, em quem não depositava, contudo, como mulher que era, confiança alguma, as suposições logo ideadas acerca da impressão que naturalmente aquele estrangeiro produzira no coração da sua Inocência, já quase pertencendo ela a outrem, e as colisões que previu para manter inabalável a sua palavra de honra, palavra dada em dois sentidos agora antagônicos--um mundo enfim de cogitações e de terrores. E tudo isto revolvendo-se na cabeça de Pereira, refletia-se com sombrios traços de inquietação em seu rosto habitualmente tão jovial.”
Tempo
O narrador usa o tempo cronológico, para organizar as narrativas que constrói. A história é organizada por várias referências de data, sendo todas elas organizadas em uma sequência.
“No dia 18 de agosto de 1863, presenciava a cidade de Magdeburgo pomposo espetáculo, há muito anunciado no mundo científico da sábia Germânia.”
Espaço
O espaço que serve de cenário aos acontecimentos é a fazenda de Pereira, no interior do Mato Grosso do Sul, perto da antiga “província” de Santana do Paranaíba.
“Quando assomaram os dois viajantes à entrada do terreiro que rodeava a vivenda de Pereira, correram-lhes ao encontro quatro ou cinco cães altos e magros, que aos pulos saudaram o dono da casa com uma