Iniciação à prática sociológica
Capítulo III – Dominique Merllié
A Construção da Estatística
O autor inicia seu texto afirmando que os dados não são “dados” (inteiramente prontos) e passivos para assim construir sua teoria. O sociólogo começa sua construção teórica abarcando fulcrada na coleta de dados.
Cita Mauss e Fauconnet: Para embasar sua afirmação, “..toda observação científica incide sobre o fenômeno metodicamente escolhido e isolados dos outros, isto é, abstrato.”
A crítica feita à história quanto a análise de documentos históricos e biográficos, às entrevistas ou resposta a questionários; aplica-se á ciências sociais e a análise dos dados estatístico. Pois, o cientista pode ser tentado usar os dados para que digam o que ele (o cientista) pretenda que diga.
Admitir essas dificuldades não é negar a importância dos dados estatísticos e sim cuidar para melhor compreensão e uso mais adequado desta ferramenta.
O que o autor pretende dizer que é a vigilância epistemológica é essencial para minimizar o erro. Para isto utiliza alguns exemplos:
1- Efeito das modalidades de pesquisa sobre os resultados: as estatísticas do suicídio.
O autor faz uma crítica à obra de Durkheim que essencialmente se baseia em dados de coletas homogenias e estatísticos no sentido do caráter duvidoso das estatísticas oficiais que o notável cientista utilizou. Um dos exemplos é a conclusão de que o suicídio ocorre mais entre militares que civis. Entretanto, na Áustria ocorreu o contrário. Conjecturando-se que entre os militares os dados eram catalogados com mais exatidão o que não ocorria entre os civis. Ou seja, as fontes estatísticas não exatas podem gerar conclusões teóricas equivocadas.
O autor também suscita crítica ao suicídio no que diz respeito à negligência de “vieses” em determinados países e períodos que potencialmente interfeririam na estatística.
2- O desemprego:
A mensuração do desemprego pode ser afetada pelas modalidades de pesquisas. As dificuldades