informatica
A rede
em pé de guerra
Hackers armados com softwares cada vez mais sofisticados ameaçam infraestruturas nacionais, transformando a internet em um campo de batalha cujas regras os países ainda estão longe de definir
Igor Zolnerkevic
26 unespciência .:. fevereiro de 2011
Shutterstock
V
ocê pode achar que não tem nada a ver com os conflitos nas ex-repúblicas soviéticas ou com a crise em torno da tentativa do Irã de produzir armas nucleares, mas seu computador pode lhe contradizer. Milhões de máquinas em todo o planeta vêm cada vez mais servindo como instrumento de uma guerra que ocorre literalmente em campo mundial: a internet.
Organizações criminosas, revolucionárias e serviços secretos nacionais têm se valido de ferramentas como as “botnets” (rede de milhões de computadores
“zumbis” controlados remotamente por hackers, sem que os usuários percebam
– veja a ilustração na pág. 30) ou sofisticados vírus de computador para desenvolver ataques que podem tornar a guerra cibernética tão ou mais feroz e eficaz que a feita por tanques e mísseis.
O assunto não é exatamente novo para os entendidos, mas veio à tona quando, no final de 2010, a imprensa dedicou manchetes aos eventos que se seguiram à divulgação na internet de mensagens confidenciais entre embaixadas norte-americanas pela organização não governamental Wikileaks.
Um deles foi um conflito entre hackers contra e pró a organização. Os primeiros
tiraram o site temporariamente do ar, usando botnets para sobrecarregá-lo com um número impossível de pedidos de acesso, uma tática conhecida como DDoS (negação de serviço distribuída, em inglês). Em resposta, seus partidários usaram a mesma tática contra sites das empresas Mastercard, Paypal e Visa, que haviam recusado seus serviços ao Wikileaks.
O ataque DDoS é a ferramenta mais comum desses conflitos e foi usado no que vem sendo chamado por alguns de
“primeira guerra cibernética”. Em meados de 2007, em