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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
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Sobre a utilidade e a importância da filosofia e de seu ensino
É muito comum (e mesmo salutar) que os alunos se questionem sobre o porquê da filosofia ser ensinada nas escolas brasileiras. Longe de desprezar esse tipo de pergunta, o que se deve fazer é procurar entendê-la. Nesse sentido, pode-se falar que esse tipo de questionamento está associado a dois traços fundamentais da cultura contemporânea.
Em primeiro lugar, é preciso considerar que vivemos num mundo capitalista, isto é, a organização da sociedade e, portanto, da vida dos indivíduos, é completamente direcionada para a produção e o consumo de bens materiais, as mercadorias. Assim, aquilo que não parece contribuir de modo imediato para esse fim, é desvalorizado. Se não me torno mais famoso e mais rico estudando filosofia, para que fazê-lo? O que não tem utilidade é descartado como sem importância. Trata-se de uma cultura utilitária que nem sempre existiu e que não é compartilhada por todas as sociedades, como algumas tribos de índios brasileiros, por exemplo.
Segundo: outro traço da cultura, no caso particular, brasileira é a precária e recente tradição de cultivo da filosofia no país. Foi somente em 2006 que o ensino da filosofia foi instituído como parte do currículo obrigatório brasileiro e, mesmo assim, apenas como disciplina dos três anos do Ensino Médio. Deve-se lembrar que depois do golpe de 1964, que pôs fim a recente democracia brasileira, o ensino dessa disciplina foi considerado perigoso demais (o termo à época utilizado era “subversivo”), e ela foi substituída pela matéria Educação Moral e Cívica, cujo conteúdo era determinado por professores militares e visava doutrinar os jovens para serem “verdadeiros patriotas”. Assim, seria interessante que vocês se interrogassem: se tivéssemos o ensino de filosofia em todos os anos da escola, ainda nos