Influência da associação micorrízica sobre a absorção de nutrientes
INTRODUÇÃO
Os processos globais de degradação ambiental e da necessidade de produção agrícola sustentável e ecologicamente correta enfatizam a necessidade de estudos sobre os processos microbiológicos do solo. Os microrganismos do solo desempenham um papel essencial na produtividade das áreas agrícolas e no funcionamento dos ecossistemas naturais. Dentre esses microrganismos, destacam-se os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs), os quais estimulam o crescimento das plantas devido ao aumento na absorção de nutrientes e água, bem como as habilidades competitivas dos hospedeiros, maximizando a eficiência da ciclagem de nutrientes no sistema e contribuindo para a restauração da estrutura do solo, entre outros benefícios (Jasper, 1994; Siqueira & Saggin Júnior, 1995).
Portanto, os FMAs representam uma potencial ferramenta biológica para reabilitação de áreas degradadas, principalmente quando a proporção de plantas formadoras de micorrizas na área for alta e houver deficiência de nutrientes, que limitam o crescimento da vegetação. Esse aspecto, associado ao fato de que plantas nativas, sobretudo as que participam dos estádios iniciais de revegetação, como as pioneiras e secundárias, beneficiam-se muito da micorrização (Siqueira et al., 1998; Pouyú-Rojas & Siqueira, 2000; Zangaro et al., 2002; Flores-Aylas et al., 2003; Pattinson et al., 2004), ressalta a importância dos FMAs na reabilitação de solos de áreas degradadas.
Entretanto, os benefícios da micorrização são variáveis em função da dependência micorrízica e responsividade da planta hospedeira (Siqueira & Saggin-Júnior, 2001). Entre os sete tipos de micorrizas conhecidos, as micorrizas arbusculares (MAs), formadas por fungos da Ordem Glomales, são as mais comuns nos ecossistemas terrestres.
Nesta revisão de literatura, serão apenas consideradas as micorrizas arbusculares, em virtude de sua grande importância para os ecossistemas,