Influencias politicas
Este artigo versa sobre os efeitos macroeconómicos de longo prazo do sistema financeiro, em particular sobre a influência que o seu desenvolvimento tem no crescimento económico.
Não se trata de abordar os efeitos, mesmo que de longo prazo, das crises financeiras, nem a contribuição do sector financeiro e respectiva regulação para a estabilização macroeconómica ao longo do business cycle, mas antes os efeitos do seu desenvolvimento sobre a produtividade e acumulação de capital e sobre a capacidade de desenvolvimento tecnológico das actividades produtivas. A abordagem funcional que prosseguimos neste estudo consiste em analisar a forma como as instituições financeiras (intermediários e mercados financeiros), ao desempenharem as suas funções, contribuem para o crescimento agregado da economia. Por exemplo, um sistema financeiro eficiente será capaz não só de mobilizar as poupanças necessárias à acumulação de capital, como também de obter e disponibilizar a informação necessária à correcta afectação dessa poupança. Nesse processo de afectação de recursos, o sistema financeiro, ao facilitar a diversificação e a partilha do risco, permite o financiamento de investimentos em tecnologias com elevado risco idiossincrático, incluindo investimentos com forte conteúdo de inovação tecnológica. Em alternativa a esta análise baseada nas funções desempenhadas pelo sistema financeiro, poder-se-ia seguir uma perspectiva centrada nas instituições, mercados e instrumentos financeiros.
Porém, as delimitações destes três elementos que compõem a estrutura financeira são muito mais instáveis do que as funções financeiras.
Enquanto que ao nível das instituições financeiras e dos produtos financeiros oferecidos é possível constatar grandes diferenças, quer entre países, quer ao longo do tempo, as funções desempenhadas pelo sistema financeiro mantêm-se relativamente estáveis. A forma como essas funções são desempenhadas é que
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