Influencia na greco-romana na cultura ocidental
O conceito de "clássico"
O adjetivo clássico pode apresentar duas referências dentro do contexto histórico e cultural. A primeira é de referir-se a uma obra consagrada, ou seja, de valor superior que, independentemente da época que foi produzida, tem seu reconhecimento e é considerada "digna" de ser imitada, tornando-se um modelo. Já a segunda remete aos valores culturais cultivados pelos gregos durante o apogeu de sua história, ou seja, o século V a. C. , também conhecido como o Século de Ouro em virtude do poderio representado por Atenas (a democracia) e suas influências sobre as outras póleis (cidade-Estado).
No entanto, estes valores não ficaram restritos apenas ao período, mas foram largamente cultivados ao longo dos séculos, começando por Alexandre Magno (336-323 a.C.) que difundiu a cultura grega pelos territórios que conquistou e nesse processo, a fusão da cultura grega com as culturas orientais, originando o que foi denominado como cultura helenística.
Os romanos se tornaram herdeiros de Alexandre, pois Roma conquistou militarmente a Hélade em 146 a.C., enquanto os gregos "conquistaram culturalmente" os romanos, situação resumida na célebre frase do poeta romano Horácio (65 a.C – 8 d.C): "A Grécia conquistada conquistou seu feroz vencedor e introduziu as artes no agreste Lácio". Vale lembrar que, do Lácio, a região central da península Itálica onde se encontra Roma, os romanos a espalharam pela Europa ocidental, fazendo da matriz greco-romana, guardadas obviamente as influências locais e outras externas, a matriz cultural da Europa.
Mesmo com a cristianização do Império Romano, acentuada a partir de 391 d.C. com a adoção da religião cristã como oficial e a consequente proibição dos cultos chamados de pagãos, a cultura clássica não desapareceu, justamente, foi se misturando com a cultura cristã, especialmente nos altos círculos sociais, pois os textos de Aristóteles e Platão ou mesmo dos romanos como