influencia do iluminismo na politica do seculo xix
Para esclarecer a influência do ideal iluminista na Idade Moderna precisamos ter em mente a base para a maioria dos argumentos que criticaram a vigência dos regimes absolutistas europeus. O iluminismo foi um movimento global, ou seja, filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação.
No século XVII o francês René Descartes concebeu um modelo de verdade incontestável. Segundo este autor, a verdade poderia ser alcançada através de duas habilidades inerentes ao homem: duvidar e refletir. Nesse mesmo período surgiram proeminentes estudos no campo das ciências da natureza que também irão influenciar profundamente o pensamento iluminista.
Um dos primeiros pensadores influenciados por esse conjunto de ideias foi o britânico John Locke (1632-1704). Ele foi um dos principais representantes da revolução ideológica iluminista e foi muito importante no que diz respeito ao pensamento político. Teve como principal obra o Segundo tratado do governo civil. Para ele, contemporâneo da Revolução Gloriosa, os homens possuem a vida, a liberdade e a propriedade como direitos naturais. Para preservar esses direitos, deixaram o “estado de natureza” e estabeleceram um contrato entre si, criando o governo e a sociedade civil. Assim, os governos teriam por finalidade respeitar os direitos naturais e, caso não o fizessem, caberia à sociedade civil o direito de rebelião contra o governo tirânico. Para Locke, ao governante não lhe caberia jamais o direito de destruir, de escravizar, ou de empobrecer propositadamente qualquer súdito; as obrigações das leis naturais não cessam, de maneira alguma, na sociedade; tornam-se até mais fortes em muitos casos. Sobre o entendimento humano, definiu sua filosofia, afirmando que todo o conhecimento se faz com a própria capacidade intelectual do homem e se desenvolve mediante