Influencia clássica renascentista na lírica camoniana
Temas e estrutura formal da medida nova
Desta fase, merece destaque o tratamento de certos temas: o Amor platónico, a saudade, o destino, a beleza suprema, a mudança, o desconcerto do mundo, o elogio dos heróis, os ensinamentos morais, sociais e filosóficos, a mulher vista à luz do petrarquismo e do dantismo, a sensualidade e a experiência de vida. O lirismo de Camões é o próprio Camões, grande, sublime, sabedor, estudioso, concentrado, que escreve e descreve o Amor com toda a sua subtileza.
A nível formal, o verso é o da medida nova, com o uso do decassílabo heróico ( de acentuação nas 6.ª e 10.ª sílabas) ou sáfico ( nas 4.ª, 8.ª e 10.ª), ou ainda, com o uso, menos frequente, do verso hexassílabo. As formas poéticas mais frequentes são o soneto, a canção, a sextina, a écloga, a elegia e a ode.
Influencia tradicional renascentista na lírica camoniana
Na lírica camoniana, a “medida nova”, a poesia que segue os modelos estéticos renascentistas, surge a par da poesia com sabor trovadoresco dos Cancioneiros (“medida velha”).
Na poesia de influência tradicional há o aproveitamento da temática da poesia trovadoresca e das formas palacianas. Assim, encontramos temas tradicionais e populares (o amor, a saudade, a beleza da mulher, o contacto com a natureza, a ida à fonte…), o ambiente cortesão e as suas futilidades, o humor. A nível formal, o verso é o da medida velha: com cinco sílabas métricas (redondilha menor) ou com sete (redondilha maior). As formas poéticas mais frequentes são as da poesia palaciana do século anterior: os vilancetes, as cantigas, as esparsas, e as trovas.
Petrarquismo
Um dos poetas que mais influenciou Camões na sua poesia foi o poeta e humanista italiano Petrarca.
O petrarquismo é uma atitude tomada pelo poeta perante a mulher amada: esta é vista como fonte de perfeição moral, despertando nele uma espécie de amor platónico. A mulher