Inflação
O dragão da inflação tem tomado conta da pauta econômica desde o início do governo Dilma. Na verdade, desde o final do último mandato de Lula, os comentaristas e economistas de plantão têm apontado para o risco de um surto de preços devido aos elevados gastos governamentais, à política anticíclica em resposta à crise de 2008 e ao crescimento econômico desenfreado. A inflação virou um “bonde sem freio”.
A resposta veio logo no primeiro mês do novo governo: ajuste fiscal, com um corte bilionário no orçamento. Isso acalmou o grão-deus Mercado, mas não o suficiente para diminuir a inflação e a sua projeção que é feita por especialistas. Veiculou-se, inclusive, que o corte não era para valer já que, ao mesmo tempo em que o governo cortou despesas, concedeu aumento no Bolsa Família.
O tempo foi passando, o mercado continuou pressionando, a mídia deu eco aos temores e o Banco Central aumentou os juros e lançou diversas medidas macroprudenciais para segurar a oferta de crédito e, assim, desacelerar o consumo. O presidente do BC, Alexandre Tombini, pediu à população que consumisse menos, que era hora de poupar.
Isso também não acalmou os mercados. Na nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a grande expectativa era por uma subida de juros, que foi menor do que o previsto. O mercado reclamou, mais uma vez, através da mídia.
A presidente Dilma para tudo o que estiver fazendo quando o assunto é inflação e insiste: não negociaremos com a inflação, mas não abdicaremos de crescer. Quem tem medo da inflação, afinal?
É óbvio que a inflação, como aquela que enfrentamos na década de 1980 e início da de 1990, é extremamente prejudicial, principalmente para os mais pobres, que consomem basicamente o que vão comer. A elevação desenfreada dos preços tirava comida da mesa de milhões de brasileiros.
Em matéria veiculada nesta quarta-feira (19) na Folha de São Paulo, Roberto Messenberg, pesquisador do Ipea, afirma: “bancos sabotam