Texto: Inflação e Política Monetária: efeitos e eficácia 23/06/2008 Por Hector G. Arango O início do novo milênio trouxe para a economia mundial um progressivo período de problemas da mais variada natureza, que vem paulatinamente transformando o ambiente de crescimento, confiança e melhorias sociais vigente até então, em sinais de recessão, incerteza e retrocessos sociais. Entre os vários problemas econômicos possíveis, tais como o desemprego, a inflação, a pobreza ou mesmo a miséria, a concentração da renda e tantos outros, a Humanidade chegou ao fim do segundo milênio com a impressão de que tinham sido encontradas as receitas para a solução destes problemas e, se bem pudesse ainda faltar muito para resolvê-los, pelo menos se estava no caminho certo. No Brasil, então, a confiança ainda se tornara maior, uma vez que a solução de alguns desses problemas fora recente, como no caso da inflação. Esta nova realidade trouxera consigo os benefícios ainda desconhecidos na História econômica recente da estabilidade, com um ciclo virtuoso de crescimento econômico, dos investimentos, do emprego e a possibilidade de implementar políticas sociais sustentáveis. Entretanto, se há uma lei geral na natureza, esta lei é que as coisas mudam. E quando os consumidores brasileiros começaram a se acostumar com o conforto da estabilidade de preços, sinais de elevação dos preços vindos do setor de alimentos trouxeram outra vez à memória as lembranças da inflação. A inflação, ou a elevação geral e persistente do nível geral de preços, é um fenômeno perverso por vários motivos. Em primeiro lugar porque nunca se encontra um consenso sobre seu verdadeiro tamanho. O Brasil é um especialista em cálculo de índices inflacionários, que medem o tamanho da inflação. Mas não se deve confundir o fenômeno com a forma de mensuração, assim como temperatura do paciente e termômetro são coisas diferentes, o mesmo ocorre com a alta dos preços e a mensuração da inflação. Se o paciente tem uma temperatura