Indústria cultural
MATTELART, Armand e Michèle (2000). “Indústria cultural, ideologia e poder”. História das teorias da comunicação. S. Paulo: Edições Loyola.
Resenha:
“A indústria cultural”, texto de Adorno, está inserido dentro do quadro das teorias críticas, inauguradas pela escola Européia. Esse conjunto de teorias trata de uma oposição à escola Americana de Lasswell, que possui traços mais liberais.
A indústria cultural a qual Adorno se refere é uma figuração da masseificação social feita pelos meios de comunicação que se disseminaram durante o início do século passado. Sua crítica é justamente contra a tentativa desses meios de anularem a individualidade do cidadão, como um mecanismo anti-democrático. A cultura representada por esses meios tornou-se, segundo Adorno, uma mercadoria; o que caracteriza a ascensão dos meios de comunicação como um fenômeno de uma sociedade burguesa. E como em toda sociedade burguesa/capitalista, todo “fruto” desse novo quadro social visa ao lucro, ou seja, a produção cultural transformou-se em mercadoria, e como tal, deve respeitar as leis de mercado.
São essas leis de mercado que determinarão sua produção e sua venda. Por isso o termo “indústria” é utilizado pelo autor para identificar essa situação esquemática de planejamento administrativo, fabricação – divisão do trabalho, seriação/padronização; voltados basicamente ao mercado de características urbanas (mas nem por isso deixam de visar o mercado rural, porém o movimento urbanístico é visto com maior prioridade e de maior abrangência por causa de seu contingente populacional). Dessa forma, impossibilitam a ação crítica da sociedade, uma vez que seu propósito é justamente favorecer a inércia social – degradando o papel de formação da individualidade que é, a priori, função cultural.
A cultura de massa modela produtos de alto consumo, que