Indígenas e ibéricos na ocupação dos espaços sul rio-grandenses até meados do século XVIII
Indígenas e ibéricos na ocupação dos espaços sul rio-grandenses até meados do século XVIII
O espaço sul rio-grandense sempre foi marcado em seus primórdios de ocupação humana pelo elemento de indefinição ou até mesmo inexistência de uma hegemonia populacional ou até mesmo étnica de um só povo. Mesmo quando somente populações indígenas ocupavam o território platino não havia uma definição clara de quem tinha o domínio real da região, pois não havia um grupo hegemônico atuante sobre os outros, apesar dessas populações serem autóctones, isso não fazia com que formassem uma ‘nação’, no sentido de compartilharem identidade e projetos únicos. Tal característica pode ser verificada no fato de que as diferenças étnicas entre os indígenas que lá se encontravam se sobressaem, os autóctones em uma breve classificação ou poderiam ser guaranis, ou charruas, ou kaingangs, o que não são meras diferenciações simplistas, elas dizem e muito sobre as características e práticas de determinado grupo, e mesmo no seio de cada uma dessas diferenciações étnicas podem ser encontrados elementos que tornam determinada tribo diferente da outra. Nesse sentido, antes mesmo da chegada de espanhóis e portugueses na região e suas posteriores fundações, não havia como definir a predominância de uma ou outra tribo, assim, o espaço sul rio-grandense nunca foi de convívio pacífico entre as tribos, mas sempre um espaço em disputa pelos mesmos, em que determinado momento poderia um se sobressair sobre o outros, mas em outro instante esse mesmo poderia ser subjugado pela tribo antes dominada.
Uma economia de subsistência, auto-suficiente, e uma migração constante (muitas vezes ligada com a própria visão de mundo de tal tribo, como é o caso dos guaranis, sempre em busca do ‘Ivy Marã Ei’, ou a ‘Terra Sem Males’), conferindo status de seminômades, essas características eram de certa forma comum às populações indígenas antes da chegada dos colonizadores. Outro