Industrialização
As bases da Revolução Industrial estão na passagem das corporações de ofício da Idade Média para a produção em manufaturas. Nas corporações de ofícios, os artesãos detinham individualmente suas ferramentas e matérias-primas, trabalhando sob a supervisão de um mestre-artesão. Na manufatura, esses mestres-artesãos passaram a deter a propriedade dos meios de produção, transformando os demais artesãos em trabalhadores assalariados.
Houve ainda outros fatores que contribuíram para a Revolução Industrial, como a produção rural doméstica, onde um comerciante levava matérias-primas para as famílias transformarem-nas em mercadorias, sendo que se pagava um montante de dinheiro por essa transformação. Ao longo do tempo, esse processo foi se expandindo, gerando acumulação de capital e fortalecendo a classe social dos burgueses, detentores dos meios de produção e controladores do tempo de trabalho alheio – o que antes era detido pelos artesãos –, constituindo a classe dos trabalhadores, que não controlava seu tempo de trabalho e recebia por esse mesmo tempo de trabalho um salário.
Outra consequência dessa transformação foi o fato do conhecimento detido pelo artesão sobre todo o processo de produção de uma mercadoria, do trabalho da matéria-prima até sua venda, ter sido parcelado, gerando o que se convencionou denominar de divisão social do trabalho. Cada trabalhador executava apenas uma parte do processo de produção, cabendo ao burguês o controle global de todo o processo.
A consequência dessa divisão do trabalho foi a possibilidade de acumulação de capital pelo burguês, decorrente da exploração da mais-valia