industrialização brasileira
Rafael Pacheco Mourão*
RESUMO
O presente artigo propõe-se à discussão do caráter do Estado nos governos de Getúlio Vargas (19301945) e Juscelino Kubitschek (1956-1961), tendo por norteadores analíticos modelo, ideologia e natureza do Estado e articulando essa discussão à análise do trato da “Ordem” como premissa à política nos governos Vargas e Kubitschek, numa constatação de uma convergência na lógica do tratamento da
“Ordem” como premissa a governabilidade nos referidos governos.
Palavras-chave: Estado; Governabilidade; Modelo político; Ideologia; Desenvolvimento; Ordem.
Tendo como ponto de partida a análise do Estado – instituição que traz consigo todas as medidas e decisões, bem como o aparato institucional físico-ideológico – e suas ações na construção de uma nação soberana, nos deparamos com uma articulação que tem uma portentosa importância para a historiografia: nação-desenvolvimento.
Assim, na observação do modelo de industrialização concebido no Brasil, onde a função do Estado para a implementação do desenvolvimento e, consequentemente, o progresso econômico se dá de maneira direta, é também o Estado o realizador
(mediador) da aliança com o capital externo e o maior e principal impulsor estrutural do desenvolvimento industrial – destacando que o modelo internacional de associação se constituiu na própria condição da expansão industrial para os países capitalistas periféricos. Vemos, dessa maneira, o Estado e sua configuração na atuação se constituírem numa premissa de análise para compreensão da estrutura político-social do caso brasileiro – “Assim, a concepção de desenvolvimento de uma sociedade não é alheia a sua estrutura social, e tampouco a formulação de uma política de
1
Este artigo é referente a dois capítulos da monografia apresentada para obtenção de título de bacharel em História pela