surgimento da psicologia comunitaria
A psicologia comunitária surge, no Brasil, em meados da década de 60 buscando deselitizar a profissão, por um lado, e por outro buscando a melhoria das condições de vida da população trabalhadora, através da utilização de teorias e métodos da psicologia em comunidades de baixa renda.
Os trabalhos de psicologia comunitária partem de um levantamento das necessidades e carências vividas pelo grupo-cliente, sobretudo no que se refere às condições de saúde, educação e saneamento básico.
Para tanto, procura-se trabalhar com grupos populares para que eles assumam progressivamente seu papel de sujeitos de sua própria historia, conscientes dos determinantes políticos e sociais de sua situação e ativos na busca de soluções para os problemas enfrentados. O objetivo principal, portanto, é a transformação do indivíduo em sujeito.
Visão do sujeito
O objetivo da Psicologia Comunitária é desenvolver a consciência dos moradores frente ao seu papel na comunidade. Fazer com que os sujeitos reconheçam que são criadores de sua própria história. E através de um trabalho entre psicólogos e outros profissionais buscar transformar a visão do sujeito diante do contexto em que está inserido. Apesar das diversos conceitos que definem a Psicologia Comunitária, Gomes (1999), aponta características em comum. Dentre elas: a preocupação com a aplicação das práticas a situações sociais reais; ênfase voltada para a melhoria da qualidade de vida e a não preocupação apenas com o indivíduo e as questões intrapsíquicas, mas também com as questões interpessoais, isto é, voltada para o coletivismo. Este tipo de trabalho exige uma compreensão da realidade social e histórica dos sujeitos, e não se deve limitar ao aspecto individual e particular, mas sim buscar uma visão holística baseada nas relações que permeiam o cotidiano. E é dessa forma que se pretende contribuir para a melhoria na qualidade de vida dos sujeitos.
Abrapso
Associação Brasileira de Psicologia