INDEPENDENCIA EMOCIONAL
Roberta Pérez de Sales
Sete Lagoas
2012
Depois da década de 90, com a atualização dos manuais de classificação psiquiátrica, todas as crianças, adolescentes e adultos que cronicamente ameaçam, intimidam, agridem e incomodam os outros, bem como aqueles que violam normas sociais recebem um diagnóstico psiquiátrico. As crianças e adolescentes recebem o diagnóstico de um dos Transtornos Destrutivos do Comportamento, enquanto os maiores de 18 anos recebem o diagnóstico de Transtornos Anti-Social da Personalidade.
Quando tentamos relacionar o abuso de substâncias ou dependência química com Transtornos de Personalidade, estamos pensando predominantemente no adolescente, no jovem e/ou no adulto jovem. A classificação correta para os tipos de comportamentos problemáticos, possivelmente decorrentes de Transtornos de Personalidade é: Transtornos Comportamentais Destrutivos. Entre esses estão o Transtorno Desafiador e de Oposição, o Transtorno de Conduta e o Personalidade Psicopatia. Todos eles chamados de comportamentos anti-sociais.
Entretanto, conforme veremos aqui, uma consideração muitíssimo importante em relação à dependência química é a Alteração da Personalidade, um diagnóstico quase nunca considerado e que fará uma brutal diferença no prognóstico dos dependentes.
Não há dúvida de que as pessoas com Transtorno da Personalidade têm severos problemas no relacionamento social e correm riscos de outros problemas adicionais. A classificação atual de "mau" comportamento usando os diagnósticos do DSM. IV de Transtornos Destrutivos do Comportamento e Transtornos Anti-sociais da Personalidade tem certa dificuldade porque, nos casos decorrentes de Transtorno da Personalidade o prognóstico estaria "fechado", ou seja, com poucas ou nenhumas possibilidades de reversão, mas, nos pouco considerados casos de Alterações da Personalidade ocasionadas pelo uso abusivo de substâncias, o quadro é muitíssimo mais otimista