inconsistencia dinâmica
O objetivo deste trabalho é realizar uma resenha a respeito da condução e implementação da política monetária quando considerada num contexto dinâmico e com expectativas racionais, destacando-se principalmente o debate contemporâneo que salienta o problema da inconsistência dinâmica na formulação de políticas públicas, bem como as principais soluções discutidas na literatura para lidar com este problema. O trabalho apresenta um breve histórico a respeito do debate sobre a condução da política monetária a fim de mostrar como ele evoluiu, desde as primeiras discussões desde o início do século XIX até os dias de hoje. Por fim são apresentadas algumas evidências empíricas referente as várias soluções propostas.
Os problemas de inconsistência dinâmica surgem dentro de um contexto onde as ações de política econômica são encaradas como um processo e não uma ação do tipo once-for-all, ou seja, tanto o governo quanto o setor privado, empresas e consumidores, podem revisar seqüencialmente suas ações. Assim esse problema está relacionado, em última instância, à possibilidade dos formuladores de políticas econômicas de explorar algum tipo de “elemento surpresa” na condução e implementação de políticas. Esta discussão, portanto, está intimamente ligada à utilização de regras ou discrição por parte do governo na formulação e condução da política monetária.
Segundo Barro e Gordon (1983 a), “o termo inconsistência dinâmica refere-se aos incentivos do formulador de política econômica de se desviar de uma regra, quando os agentes econômicos esperam que ela seja seguida.”. Observe-se que, como salienta Calvo (1978), a inconsistência de política econômica não decorre dos interesses divergentes entre o governo e o setor privado, ou seja, mesmo que o governo vise maximizar uma suposta função de bem-estar social, que expresse as preferências de um indivíduo representativo, a solução pode levar a uma