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Paramilitares xiitas do Iraque anunciaram nesta terça-feira que assumiram a liderança da operação para expulsar o Estado Islâmico da província de Anbar, dando à campanha um codinome abertamente sectário que poderá enfurecer a população sunita local.
O governo iraquiano está lutando para reverter seu maior revés militar em quase um ano, a queda de Ramadi, capital da província de Anbar, a oeste de Bagdá. O primeiro-ministro Haidar Abadi prometeu recapturá-la dentro de dias.
A tomada de Ramadi há uma semana foi rapidamente seguida da queda da cidade de Palmira, na Síria, nos dois maiores ganhos dos combatentes do Estado islâmico desde que no ano passado os Estados Unidos começaram a atacá-los com bombardeios aéreos no Iraque e Síria.
O Estado Islâmico controla faixas de território em ambos os países, nos quais proclamou um califado para governar todos os muçulmanos de acordo com rigorosos preceitos medievais.
Os avanços simultâneos durante a semana passada em extremidades opostas do território controlado pelo grupo levantaram dúvidas sobre a estratégia dos EUA de bombardear os militantes por via aérea, deixando os combates terrestres a cargo das forças iraquianas e sírias.
No Iraque, o fracasso do Exército regular para controlar Ramadi forçou o governo a enviar paramilitares xiitas apoiados pelo Irã para ajudar a retomar a cidade. Os Estados Unidos temem que isso possa enfurecer os moradores da província de Anbar, de esmagadora maioria sunita, e lançá-los nos braços do Estado Islâmico.
Um porta-voz disse que a operação é liderada pelo Hashid Shaabi em cooperação e coordenação com as forças armadas na área. "Acreditamos que a libertação de Ramadi não vá demorar muito." A operação tem o nome "Labaik ya Hussein", frase em homenagem ao neto do profeta Maomé morto no século 7 numa batalha que gerou a richa entre xiitas e sunitas.