Impressão sobre o livro "O velho e o Mar"- Deixe a maré lhe levar
Deixe a maré lhe levar
Confesso que a aparência do livro deu uma diminuída na minha ânsia pela leitura de “O velho e o mar”. As páginas caídas e amareladas não eram nada estimulantes, mas a minha expectativa não foi abalada. Segui em frente e decidi ler o tal livro ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. E sim, este valeu a pena. Talvez meu testemunho sobre o livro surpreenda algumas pessoas, mas confesso que o enredo não me chamou a atenção por pelo menos 20 páginas. Depois da impressão boa que tirei no final do livro, só pude culpar minha expectativa alta, e porque não, o medo de ler um livro tão elogiado. Como se diz por aí: satisfação é igual à percepção menos expectativa. Enfim, o sentimento de que faltava algo passou ainda no começo do livro. As palavras e os detalhes me fizeram imergir totalmente na história. O livro começa mostrando a relação entre Santiago e um rapaz que acaba sendo uma pessoa essencial na vida do velho solitário. É também no começo que o autor, Ernest Hemingway, expõe a situação de Santiago que se encontra sem conseguir pescar há 84 dias e leva fama de azarento. É através dessas informações que o autor traz o leitor pra mais perto da personagem e faz brotar um sentimento de compaixão pelo pescador. Mas o interessante é que ele faz isso tão sutilmente que só percebemos no final quando já estamos envolvidos com a trama. A linguagem utilizada por Hemingway é tão cotidiana que nem percebemos que o livro foi escrito há 60 anos, salvo algumas mesóclises e acentos não mais utilizados, mas de resto a obra é verdadeiramente atemporal. Tanto linguisticamente quanto na questão da história e de suas metáforas Metáforas estas que mesmo algumas não sendo escritas intencionalmente o leitor consegue tirar do enredo e aplicar na sua vida de século XXI.
“O velho e o mar” é escrito de forma clara, simples e objetiva, suas orações são curtas e diretas, com poucos adjetivos. E apesar do